Os pitaqueiros do carnaval
De quando em quando eu gosto de ouvir os comentários futebolísticos e todos os pitacos que os jornalistas e afins dão nesses programas radiofônicos, todos os dias.
É interessante ouvir os “riquíssimos ensinamentos” sobre como ser um excelente técnico de futebol, como escalar perfeitamente o time e como fazê-lo ganhar, mesmo estando quase na zona de rebaixamento. Ah, sem falar nas críticas que jogadores e técnicos recebem por não atenderem, simpaticamente, a imprensa, como se eles não tivessem um bom motivo para assim agirem...
Juro que quase cheguei a entrar em contato com uma dessas rádios, só para saber quanto ganha um ser humano que exerce tal atividade, depois de tantas coisas terríveis que já ouvi. Porém, desisti. Não sei se valeria a pena entrar nessa guerra de palavras e pensamentos. Ademais, toda regra tem uma exceção. Oremos.
Não farei nenhuma crítica quanto ao português empregado (ou desempregado, digamos), façamos de conta que todos os que possuem o poder da palavra, tanto no rádio como na TV, possuem, no mínimo, o ensino superior incompleto... oremos novamente.
Eu havia esquecido, depois de quase dois anos sem acompanhar os desfiles de carnaval do Rio de Janeiro pela TV, que os comentaristas estão lá também. E, ao assistir maravilhada a criatividade de cada escola de samba, renovada a cada ano, parei para prestar atenção na narrativa carnavalesca...
A primeira coisa que me veio à cabeça: ainda bem que não é a voz do Galvão Bueno! Só isso já acalmou a minha alma, embebecida pelas cores e pelo batuque da bateria... mas convenhamos: de onde eles tiram aqueles comentários? Será que as escolas de samba não poderiam antecipar o enredo?
Penso, humildemente, que comentar futebol é pra qualquer um. Qualquer um que goste, no mínimo, de praticar o esporte, e saiba, profundamente, o quanto é emocionante dominar uma bola e chutá-la em gol, dar um “olé” qualquer, fazer uma defesa acrobática inesquecível e acertar um passe no pé do companheiro de campo.
Contudo, para comentar o carnaval, é preciso, no mínimo, um pouco de vivência dentro do barraco, ao lado do suor da pele, do bordado que durou meses para ser feito, do peso da fantasia, do sentido da melodia, da razão do samba, da ordem dos acontecimentos. Eu não tenho essa experiência, e seria uma excelente pitaqueira do carnaval.
O jeito é ficar mais dois anos distante do desfile de carnaval do Rio de Janeiro que passa na TV, ou, na pior das hipóteses, é ficar sem o agitado batuque da bateria... silêncio absoluto. Em pleno carnaval.
De quando em quando eu gosto de ouvir os comentários futebolísticos e todos os pitacos que os jornalistas e afins dão nesses programas radiofônicos, todos os dias.
É interessante ouvir os “riquíssimos ensinamentos” sobre como ser um excelente técnico de futebol, como escalar perfeitamente o time e como fazê-lo ganhar, mesmo estando quase na zona de rebaixamento. Ah, sem falar nas críticas que jogadores e técnicos recebem por não atenderem, simpaticamente, a imprensa, como se eles não tivessem um bom motivo para assim agirem...
Juro que quase cheguei a entrar em contato com uma dessas rádios, só para saber quanto ganha um ser humano que exerce tal atividade, depois de tantas coisas terríveis que já ouvi. Porém, desisti. Não sei se valeria a pena entrar nessa guerra de palavras e pensamentos. Ademais, toda regra tem uma exceção. Oremos.
Não farei nenhuma crítica quanto ao português empregado (ou desempregado, digamos), façamos de conta que todos os que possuem o poder da palavra, tanto no rádio como na TV, possuem, no mínimo, o ensino superior incompleto... oremos novamente.
Eu havia esquecido, depois de quase dois anos sem acompanhar os desfiles de carnaval do Rio de Janeiro pela TV, que os comentaristas estão lá também. E, ao assistir maravilhada a criatividade de cada escola de samba, renovada a cada ano, parei para prestar atenção na narrativa carnavalesca...
A primeira coisa que me veio à cabeça: ainda bem que não é a voz do Galvão Bueno! Só isso já acalmou a minha alma, embebecida pelas cores e pelo batuque da bateria... mas convenhamos: de onde eles tiram aqueles comentários? Será que as escolas de samba não poderiam antecipar o enredo?
Penso, humildemente, que comentar futebol é pra qualquer um. Qualquer um que goste, no mínimo, de praticar o esporte, e saiba, profundamente, o quanto é emocionante dominar uma bola e chutá-la em gol, dar um “olé” qualquer, fazer uma defesa acrobática inesquecível e acertar um passe no pé do companheiro de campo.
Contudo, para comentar o carnaval, é preciso, no mínimo, um pouco de vivência dentro do barraco, ao lado do suor da pele, do bordado que durou meses para ser feito, do peso da fantasia, do sentido da melodia, da razão do samba, da ordem dos acontecimentos. Eu não tenho essa experiência, e seria uma excelente pitaqueira do carnaval.
O jeito é ficar mais dois anos distante do desfile de carnaval do Rio de Janeiro que passa na TV, ou, na pior das hipóteses, é ficar sem o agitado batuque da bateria... silêncio absoluto. Em pleno carnaval.