Nesta última sexta-feira ganhei um presente inusitado da minha mãe: uma concha do mar.
Quando era pequena, costumava procurar e catar as conchas e estrelas do mar na praia de Cidreira e, anos depois, na praia do Cassino.
Como se elas pudessem se defender dos humanos, principalmente da curiosidade de uma criança.
Ficava fascinada com as curvas e estruturas desses seres marinhos, todas muito complexas para uma pessoinha de 6 anos de idade, que não sabia ainda se era menina ou menino, em razão do corte curtíssimo do cabelo, desbastado estilo “Chitãozinho e Xororó” (coisas de minha avó materna, que eram permitidas pela minha mãe), da vontade de jogar de futebol e de andar atrás do meu irmão e do meu primo mais velhos.
[Parênteses: e agora falando do meu cabelo de criança (para não dizer a minha “peruca”), não posso esquecer de mencionar que foi minha tia paterna que me salvou de uma terapia a se iniciar na adolescência. Lembro que depois de tanto parecer um menino salvagem (parecido com aquele amiguinho do Mel Gibson em “Mad Max além da cúpula do trovão”), minha tia deu um basta: fez o primeiro rabicó nos meus cabelos e disse que depois daquele dia ninguém mais ia cortar o meu cabelo daquele jeito. Obrigada!]
Mas voltando às conchas e estrelas do mar...
Lembro que os adultos diziam que se podia ouvir as ondas do mar colocando o ouvido dentro de uma concha, e eu ficava intrigada com aquilo... e também maravilhada.
Assim, a primeira coisa que fiz quando ganhei o meu presente foi, é claro, lançá-la próximo do ouvido. E não é que tinha barulho das ondas do mar mesmo!!!
(para saber sobre a formação das conchas, leia em “mundo estranho”)
Embora digam que, na verdade, o que ouvimos é a soma de vários ecos produzidos pela concha, fenômeno este que se chama “reverberação”, haja vista a sua forma interior semelhante a um labirinto em espiral, prefiro ficar com a mágica das ondas...
A propósito, transformarei minha concha em meu amuleto, como no filme “Inception”, em português “A origem”, com Leonardo di Caprio. Contudo, será meu amuleto do subconsciente, dos sonhos e das fantasias, e não da realidade. Quem viu o filme sabe do que eu estou falando (eu espero...).
Não podemos perder de vista a criança que um dia existiu em nós, nem que ela tenha tido uma peruca insuperável na infância.