Eu nunca imaginei que
estabeleceria alguma ligação com a contagem do tempo em semanas,
até ficar grávida. E acreditem: não se trata de simplesmente
“contar” o tempo. Se trata de “viver”, semana a semana, com
uma expectativa totalmente diferente de tudo o que já se viveu até
então.
Há quem diga que é
absolutamente normal uma mulher estar grávida e só descobrir a
“mudança” quatro ou cinco meses depois. Eu diria que isso é
papo pra novela das oito, porque desde o início de tudo, eu senti
algo “diferente”.
Realmente não há como
descrever com palavras. As mulheres que passaram por isso tem
experiências próprias, sentimentos únicos, momentos mágicos. Cada
uma se emociona ao seu tempo, na sua intensidade, na grande
transformação que toma conta do ventre e vai preenchendo, semana a
semana, a alma da gente.
Uma pena que os homens jamais
terão qualquer noção do que acontece, embora sejam ótimos
fantasiadores. E mesmo que uma mulher nunca venha a experimentar a
sensação física, tenho certeza que ela sempre entenderá a mágica
que existe, mesmo que apenas adote um ser humano. Gravidez é papo de
mulher, está no nosso íntimo, até mesmo quando, por um motivo da
natureza, não acontece.
É incrível como um
sentimento, seja ele só de prazer, seja ele só de amor, ou seja
ele de prazer e de amor, é plantado e vai crescendo em uma
velocidade incrível, até aparecer um botãozinho, um feijãozinho,
um serzinho.
Semana a semana é a contagem
técnica da medicina, que começa bem antes da concepção
propriamente dita, exatamente no primeiro dia da última menstruação
da mulher. Na minha cabeça uma contagem maluca, pois seis semanas de
gestação correspondem a duas primeiras semanas antes da concepção
mais quatro após a concepção. Pra entender mais sobre isso, é só
dar uma lida aqui.
Mas o legal da nossa
globalização é que existem sites interessantes que te ajudam a
compreender e a conhecer semana a semana da gestação. Por indicação
de amigas me inscrevi em dois: a) BabyCenter; b) Guia do Bebê.
Nesses sites, dá para ter
uma ideia da transformação semanal dentro do útero, dos próximos
passos, entender outras mulheres no mesmo período, trocar
experiências, mas a maior dica de todas que eu dou é a seguinte:
compartilhe dúvidas, receba orientações e troque ideias com um
profissional competente - o seu ou a sua médica. Ninguém mais,
ninguém menos.
Assim que as pessoas ao seu
redor souberem que estás grávida, esteja preparada. As
transformações físicas e psíquicas internas são fantásticas,
pois elas acontecem só pra ti e ninguém as julgará ou tomará
conta delas, a não ser que tu as externes.
Contudo, são infinitas as
dicas do que comer, de como dormir, de como se vestir, como cuidar
dos seios, das estrias, evitar inchaços, blá blá blá. No mesmo
dia, várias pessoas vão dizer coisas totalmente opostas, como se
fossem verdades seladas. Não caias nessa. Apenas sorria e agradeça.
Mais tarde, virão as histórias trágicas, porque o ser humano adora
fazer uma tortura mental com os outros, principalmente com as pobres
das grávidas.
Embora pareça que a gestação
passe rápido, as coisas se desenvolvem em três grandes tempos: os
trimestres.
O primeiro trimestre
compreende o primeiro ao terceiro mês. Aqui, tem gente que tem
cólica, sangramento e enjoo. Outras não tem nada e é uma fase
gostosa, pois não há ainda o peso da barriga e a locomoção ainda
é rápida. Mas há mais sede, fome e sono. Uma dica: hora de
procurar uma nutricionista. Ninguém melhor do que essa profissional
pra orientar sobre alguns alimentos, como café, chimarrão e chás,
dos quais ouvimos infinitas histórias de que podem ou não podem ser
consumidos.
O segundo trimestre
compreende o terceiro ao sexto mês. Quem passou ilesa pela cólica,
sangramento e enjoo continua vivendo uma fase gostosa, pois agora a
barriguinha começa a ter forma e já dar pra se sentir
“mãe-canguru”. Pode aparecer inchaço e a necessidade de não se
dormir mais de bruços, pra quem curte essa posição. Tudo vai
depender do tamanho da barriga. Uma dica: hora de procurar uma
fisioterapeuta. Ninguém melhor do que essa profissional pra fazer uma drenagem linfática (é um tipo de massagem), pois a essa altura do
campeonato o nosso corpo já sofreu grandes transformações,
principalmente a postura e o eixo-corporal. Aqui a gente nota que não
dominamos mais o nosso equilíbrio e o cuidado passa a ser maior,
principalmente no trânsito.
O terceiro trimestre
compreende o sexto ao nono mês. Fase sem qualquer glamour, pois o
cansaço chega de uma hora pra outra, a barriga pesa, o ar começa a
faltar, não temos mais roupa adequadas, mas não se desespere, pra
tudo há uma solução. Uma dica: antes e durante a gravidez faça algum exercício físico, diretamente recomendado pelo(a) médico(a)
que acompanha o pré-natal. Eu fiz até o nono mês caminhada,
musculação e alongamento, sob orientação e supervisão médica e
de educador físico.
Na verdade, a natureza é
sábia e fantástica. Nada se desenvolve sem ser para o bem. Nada se
cria sem um propósito. Não existem regras prontas, nem manual da
boa gravidez. A vida vai assim, preenchendo as semanas, mostrando
seus encantamentos, vai selando relações cósmicas, vai se
comunicando pelo astral.
Às vezes não sabemos mais
se um pensamento é nosso ou é “dele” ou “dela”. Às vezes
não sabemos mais se o acelerar do coração é nosso ou é “dele”
ou “dela”. Tudo se mistura, se materializa. E embora papo de gravidez seja coisa de mulher, nada se cria
ou se desenvolve sem a presença do pai.
O certo é que quanto mais
amor e harmonia houver entre o casal, quanto mais paz e tranquilidade
houver durante a gestação, a natureza vai se encarregar dos
pormenores, da hora certa, da chegada abençoada, e de todas as
emoções que vão inundar o momento mágico do nascimento.
Se for pra engravidar, faça
amor.
Fica a dica.