sexta-feira, janeiro 25, 2008


Tempo, tempo, tempo



24h não têm sido suficientes.
O tempo vem rasgando o som, manchando a cor, embaralhando o amor.
Atividades, pensamentos, sentimentos - todos comprometidos pela ausência do tempo.
E quem o organiza?
O relógio...?
Doce "tic tac" da vida, preso às horas, aos minutos, aos segundos.

Pessoas vêm e vão.
Deixam algo de si.
Levam um pouco de nós.

E como diz o poeta:
"Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!"

Organiza-se uma coisa aqui, pinta-se uma parede ali.
Desliga-se a TV, abre-se um livro.
Vive-se o amor, sonha-se acordado.

Para tudo um tempo.
Para sempre, cada dia.



domingo, janeiro 13, 2008

Cultura de botequim: os tropeços e enganos dos provérbios populares

Soa engraçado e fascinante, mas o telefone-sem-fio ao longo de muitos séculos conseguiu manter vivos muitos provérbios populares.
Tudo bem, nessa viagem intertemporal muita coisa se perdeu... e foi "recriada".
Nas andaças por esses botequins da vida acabamos aprendendo muitas coisas!
Por exemplo:

"Quem tem boca... vai a Roma..."
"Cuspido e escarrado..."

Quem nunca os ouviu por aí?
Pois então... estão certos ou estão errados?
Não se choquem... mas estão errados.

(tudo bem... eu confesso, um dia eu acreditei que eles estavam certos... mas não contem a ninguém!)

"Quem tem boca, vaia Roma..."
"Esculpido a carrara..."

E os significados?
Ah, teremos que continuar a discussão de botequim, no botequim... as interpretações foram as mais variadas e divertidas!

segunda-feira, janeiro 07, 2008


Feitoooo!!!



A um ausente
(Dedicado ao querido vô Oswaldo - 1 ano em outro plano astral)

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompestee sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,

enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade


quinta-feira, janeiro 03, 2008

Sobre os ventos de ontem...

O ano de 2007 foi um importante ano na minha vida.
Sei que deixo pouco de mim pelo blog... algumas sensações, poesias, histórias, palavras soltas, sem muita cumplicidade.
É sempre importante registrar fatos, momentos, sentimentos - a vida em si.
O vento pode levar muita coisa, mas ele não consegue levar embora uma cena gravada no coração, uma gargalhada bem dada em reunião de família, um passeio pelas luzes do Natal de Gramado, uma visita silenciosa ao Templo Budista, um mergulho aventureiro durante um rafting.
Igualmente, o vento não pode levar uma última reunião anual de um quarteto fantástico, um beijo roubado, os pés tocando a areia macia de Garopaba, a doce brisa da Gamboa, as lembranças das aventuras de um ano que passou, os sonhos que se formam durante um espetáculo particular de fogos de artifícios.

Que os ventos de hoje e de amanhã sigam a iluminar e a emocionar o caminho a seguir.

O QUE O VENTO NÃO LEVOU (por Mário Quintana)

“No fim, tu hás de ver que as coisas mais leves são as
[únicas
que o vento não conseguiu levar:

um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...”