sexta-feira, outubro 17, 2008

Na dúvida, não ultrapasse

Viver em grandes centros urbanos requer um curso expressivo quanto às regras do trânsito de pedestres, do qual só se cola grau andando pelas ruas abarratodas de pessoas. O caminho se faz ao caminhar, como já diria o poeta.

Os transeuntes vêm e vão de vários lugares, desembocam em guetos, galerias, surgem de portais no meio da rua, carregam pastas, livros, lanches, compras, papéis, processos e, em dias de chuva, as famosas sombrinhas (no caso das mulheres) ou os guarda-chuvas (no caso dos Homens, com "h" maiúsculo).

A dica, nos dias de pingos ou enxurradas de H²O vindo dos céus, é ficar alerta.

Não basta apenas saber conduzir a sua sombrinha ou o seu guarda-chuva, driblando pessoas aqui e ali, se escondendo das gotas frias naquele pequeno – ou grande - raio de proteção (vide verdadeiros guarda-sóis que andam na moda), pois, independente do tamanho de seu "veículo", é preciso ficar de olho – literalmente – bem aberto ou, ao tentar manter a sua integridade física, mantê-lo bem fechado, salvando-se de uma "guarda-chuvada" qualquer, de um transeunte nem um pouco preocupado com a segurança alheia.

Outro dia, em direção ao trabalho, após vários alertas que recebi em casa, percebi o quão selvagem o centro urbano porto-alegrense se torna quando está chovendo. Na verdade, todos os centros urbanos de capitais são perigosíssimos, não falo em termos de criminalidade, mas em termos de hábitos pessoais ao transitar calçadas (e até mesmo ruas)...

Aqui, por exemplo, são filas indianas que se formam para aguardar o ônibus; comerciantes ambulantes que ocupam esquinas, vendendo das mais variadas esquisitices; muambeiros que não se preocupam em estragar suas "mercadorias" ao baterem suas sacolas contra as pessoas que caminham no sentido oposto; os apressadinhos, que saem atrasados de casa e tentam passar por cima de todas as pessoas que estiverem impedindo a sua passagem; etc. e tal.

Agora imaginem essa cena quando tem chuva!

São milhares de "fura-olho", das mais variadas espécies e cores, trepidando pra lá e pra cá, sem regras, sem paradeiros, sem qualquer consideração com a visão alheia.

Felizes os cegos e os demais deficientes, os quais são respeitados sem qualquer "puxada-de-orelha" (ou seria "puxada-de-olho") alheia.

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