quarta-feira, setembro 18, 2002


Anda faltando mais poesia por aqui...
Tenho andado atarefada demais... consequências deste mundo pós-moderno...
Depois de um final-de-semana pra lá de agitado e cheio de sentimento, aqui vai um dos últimos poemas de Pablo Neruda:

DESDE QUE AMANHECEU

Desde que amanheceu
Com quantos hoje se alimentou este dia?
Luzes letais, movimentos de ouro,
Centrífugos perilampos
Gotas de lua, pústulas, axioma,
Superpostos todos os materiais
Do transcurso: - dores, existências,
Direitos e deveres – nada é igual quando desgasta o dia
Sua claridade e cresce
E logo enfraquece seu poder.

Hora por hora
Com uma colher
Cai do céu o ácido
E assim é o dia do dia,
O dia de hoje.



A saber: Pablo Neruda foi poeta, militante comunista, embaixador e senador e ganhou o prêmio Nobel de 1971. Viveu de 1904 a 1973.
Dica: assista o filme ou leia o livro "O carteiro e o poeta". Muito bom.

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