domingo, abril 20, 2003
Mais uma Páscoa passou e ufa, nada me aconteceu. FELIZ PÁSCOA A TODOS!
Bem, deixem-me explicar.
Em 2000, minha páscoa começou a ser intrigante.
Foi numas terras entre Pelotas e Bagé, na casa de uns amigos, que tive a minha primeira experiência entre a vida e a morte. Aqueles minutos em que tudo passa pela nossa cabeça, como um filmezinho, desde o pijama que nós esquecemos de levar até a janela aberta que deixamos em nossa casa. Mas, nesse rápido filmezinho - o desespero.
Fomos andar a cavalo - eu o pessoal que estava comigo - e eu, metida a "amazona" que era (agora definitivamente não sou mais) deixei deslizar (juro que foi sem querer...) as queridas rédeas do meu cavalinho (longe de ser a éguinha pocotó)... puts grilis ... quem nunca acreditou em anjos da guarda, bem está mais do que na hora de acreditar: ELES REALMENTE EXISTEM.
Na volta para casa, meu cavalinho, completamente governado por si mesmo, disparou comigo na garupa. Já não era mais eu quem saira para passear a cavalo, mas o cavalo havia me levado para o pânico. Por torturosos minutos o animal correu (a muitos quilometros por segundo), disparando em direção ao estábulo. Eu, sem noção alguma sobre rédeas curtas, à esquerda, à direita e tal, fiquei rezando, tentando jogar meu peso conforme a corrida do animal - tudo porque imaginava que se me jogasse do mesmo ou fosse jogada por ele, minhas magras costelas não resistiriam, e sabe se lá o que se seria de mim.
Naquela velocidade toda, mil pensamentos. Acreditem - passam coisas bizarras pela cabeça, como por exemplo ser aquele o momento certo para o super-homem aparecer e parar o cavalo, e por óbvio - salvar a donzela aqui. Entre esses pensamentos engraçados, a visão de muitas árvores a minha frente me apavoraram. Imaginei o cavalo transpassando as árvores, e eu, como em qualquer desenho animado, estaquiada num dos troncos. Muito desespero.
Como acabou? Bem, viva fiquei, até porque estou aqui agora.
MILAGRE, sim, porque assim que as árvores apareceram o cavalo foi diminuindo a velocidade, quando tive uma idéia, a única até então: me agarrei no primeiro tronco de árvore pelo qual passei, com a mão direita, e com a mão esquerda puxei forte as rédeas (muito forte, já que estava há horas puxando e nada do animal parar).
Resultado: respiração ofegante, coração acelerado, desespero. Tranquilidade, promessa de nunca mais montar num cavalo, pai-nosso que está nos céus...
Páscoa de 2001.
Domingo, 23h15min. Estou voltando para casa e ultrapasso um fuquinha 67, cor vinho. Três quadras depois, dou o pisca, olho o retrovisor, diminuo a velocidade e tento dobrar na minha rua, à esquerda. Repentinamente vejo luzes fortes nos espelhos retrovisores do carro: aquele fuquinha tenta me ultrapassar, pela esquerda, enquanto entro na minha rua. Tiro o carro para a direita. Uma batida forte na roda dianteira esquerda do carro que dirigia faz um estrondoso barulho. O fuquinha bate no meu carro, "tropeça" na borda da calçada da minha rua e capota. Eu paro. Cena de filme - um fuquinha que capota em frente ao carro que estou dirigindo, numa rua que antes estava VAZIAZINHA, agora lotada de pessoas por causa do acidente. Por minutos pensei que aquele fuquinha poderia ter batido direto na porta do meu lado, e consequentemente, eu teria saído ferida ou morta.
Pra variar, a bateria do celular acaba (sempre quando precisamos de um celular ele não funciona - Lei de Murphy), muitas pessoas tentam tirar o casal de velhos do fuquinha. Eu abandono o carro, ligo para polícia e para o meu pai.
Resultado: o velho que dirigia o carro estava bêbado, vinha de um bailão com a sua velha. Fomos para a delegacia e ele confessa: "ela deu o sinal para dobrar a esquerda, mas a pista era minha." Obrigada senhor bêbado (parece que ele havia comprado a pista) - não só disse a verdade como se enforcou. Perdeu pontos na carteira. Como toda estudante de Direito (maníaca), pego nomes de testemunhas e levanto a ficha do tal velho. Preparo uma ação de indenização por danos materias (o conserto do carro saiu caro). Antes mesmo de ingressar com ela um ACORDO MILAGROSO (os anjos da guarda realmente existem, acreditem): em suaves prestações de 6 meses ele paga todo o conserto, sem reclames, sem plins plins. SORTE? É, pode ser. Alguém aí conhece alguém que tenha sido batido por um pobre e tenha recebido o valor do prejuízo? ANJOS DA GUARDA...
Páscoa de 2002.
Tensão. Acordei preocupada. Depois de ter perdido 2 vidas (dizem que gatos tem 7 vidas, como sou leonina felina, acabei com 5), fiquei criando hipóteses de circunstâncias parecidas com as que havia vivido que poderiam acontecer. Estava fora de casa. Chega o domingo, estou na praia reunida com a família. Escuto o vento. Presto atenção nos pássaros (pode ser que eles caguem na minha cabeça). O dia vai passando e nada. NADA ACONTECE. Será que nada vai acontecer? Algo está errado... Mulheres são bem paranóicas mesmo.
ANJOS DA GUARDA...
E, finalmente a Páscoa desse ano, 2003.
Abençoada páscoa. Passei o dia com a família e com o meu amor. Época de renovações, não? Fé, esperança, paz, amor.
MUDANÇAS. Foi só agora à noite que lembrei das páscoas passadas e daquelas outras, intrigantes. Tão perto e tão longe da vida e da morte. Anjos...
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